Em novembro, celebramos a memória de nossos entes queridos que partiram dessa vida. Nosso coração sente saudades dos que fizeram parte de nossa vida. Porém a celebração de Finados é um convite a pensar sobre a vida e no ato de entrega, que todos faremos um dia. Recorda nossa fragilidade e nos ajuda a trilhar os caminhos do essencial. Nada levamos. Fica apenas o bem que fazemos.
Por isso, somos chamados à “vigilância sobrenatural”, a fim de nos prepararmos para a vida eterna. como ressaltou o Cardeal John Henry Newman: “Devemos não só crer, mas vigiar; não só amar, mas vigiar. É possível que a vigilância seja a prova em que se reconhece o cristão. Pois vigiar é estar separado daquilo que é presente e viver aquilo que é invisível; viver com o pensamento de que Cristo veio uma vez e virá de novo; desejar o seu advento”. Que nosso coração não se entretenha com coisas que passam, mas busquemos as que não passam.
Para não cairmos nessa tentação, Jesus nos ensina a ser vigilantes, a estar sempre em oração e nunca esquecermos que nesse mundo somos peregrinos, construindo morada no céu.
O Evangelho nos apresenta o Sagrado Coração de Jesus como fonte de amor, ternura, consolo e misericórdia, um coração cheio de compaixão, que chorou a morte de Lázaro, mas lhe devolveu a vida. Diante da pobre viúva que acompanhava o enterro do único filho, Jesus se compadece e interrompe o cortejo da morte para devolver a vida do jovem, recolocando-os de volta no caminho da vida.
Na Cruz, seu Coração trespassado se transforma em fonte vital para quem O contempla e crê. Enfim há várias passagens bíblicas em que Jesus derrota a morte e nos leva a crer e esperar a ressurreição.
Assim, com fé, nosso coração crê, cantando: “A vida pra quem acredita, não é é passageira ilusão,, e a morte se torna bendita, porque é a nossa libertação“.
Coloquemos no Coração de Jesus, com lágrimas e saudades, mas com muita esperança, todos os nossos entes queridos que já partiram para a eternidade.
Oremos, enfim, pelas almas que “padecem” no Purgatório. Dizia Santa Terezinha do Menino Jesus: “O Purgatório é um dom do Coração Ferido do Cordeiro, no qual a misericórdia envolve a Justiça“. São João da Cruz ensina que “O amor não se paga a não ser com amor“. E como dizia Santa Catarina de Gênova: “O fogo do Purgatório é de amor: o amor é forte como a morte. Fogo de amor que brota do Coração de Deus…“
Sigamos mais um pouco o pensamento poético-místico da santa de Gênova: “O amor de Deus acende a alma de quem está no Purgatório um vivo desejo de Deus… e a alma é, então, portadora deste fogo aceso de Deus. Está inflamada, volta para Deus, que a atrai poderosamente, cativada por ele e inflamada do desejo da visão beatífica. E provoca nas almas do Purgatório uma sede mística atroz, uma veemente sede de Deus“.
Coração de Jesus, nossa vida e ressurreição, tenha compaixão de nós.